Primeira vez que se 'Limpa(r) Portugal'

Este não é o blog oficial da iniciativa Limpar Portugal. Tem, antes, como objectivo dar a conhecer o projecto, através de entrevistas aos coordenadores nacionais Nuno Mendes e Rui Marinho e da análise dos passos que contribuíram para o sucesso do projecto em Portugal. Procurarei ainda analisar o caso concreto do Barreiro e o desenvolvimento da iniciativa concelhia, entrevistando três dos coordenadores, um participante e o vereador do ambiente da Câmara Municipal do Barreiro.

Este é o meu trabalho. Trata-se da compilação das entrevistas aos elementos envolvidos e slideshows da iniciativa por todo o país e no concelho do Barreiro.

Parte deste trabalho, fazem também os posts:

- Limpar Portugal passo a passo

- O projecto Limpar Portugal no Barreiro

- Clipping de notícias sobre a iniciativa

Obrigada,

Vanessa Pimenta

Os mentores do projecto Limpar Portugal

O projecto Limpar Portugal teve como mentores Paulo Pimentel Torres, Nuno Mendes e Rui Marinho que, numa fase posterior (e devido ao aumento de participantes do projecto), passaram a coordenadores nacionais da iniciativa.
Para o presente trabalho, falei com Nuno Mendes e Rui Marinho. As entrevistas podem ser vistas nos posts anteriores no presente blog ou, se preferível, seguindo as hiperligações associadas aos nomes dos coordenadores.

Entrevista a Rui Marinho, coordenador nacional do PLP

Rui Marinho, um engenheiro natural de Braga, teve conhecimento do projecto Limpar Portugal a a partir do amigo Nuno Mendes. Animado com a ideia de limpar a área florestal da sua região, Rui, o presidente do LandMania (um grupo de aficionados por Land Rovers), associou-se a Nuno Mendes e Paulo Pimentel Torres, o autor da rede social do projecto, o Ning. Juntos, os três amigos viram o grupo de interessados na acção ambiental aumentar bastante e tornaram-se coordenadores do projecto, que passou a ser de âmbito nacional.

Aqui fica a entrevista que fiz a Rui Marinho.

Entrevista a Nuno Mendes, coordenador nacional do PLP

Nuno Mendes, um técnico de logística de 38 anos, foi o primeiro responsável pela iniciativa Limpar Portugal no país. Recebeu um e-mail que passou aos amigos e colegas do grupo LandMania. A partir daí, foi "uma bola de neve", explica o coordenador nacional do projecto.

Aqui fica a entrevista que lhe fiz, tendo como tema central a iniciativa.

Projecto Limpar o Barreiro

Tal como em outros concelhos, no Barreiro foi criado um grupo, no âmbito do projecto Limpar Portugal. O seu objectivo passava por reunir pessoas do mesmo concelho que tinha em comum o desejo de limpar e melhorar a qualidade ambiental da sua cidade. Por este motivo, entrevistei cinco pessoas que, de diferentes formas, desempenharam um importante papel no projecto barreirense:

- Nuno Nogueira, Filipe Oliveira e Isabel Santos, coordenadores da iniciativa no concelho;
- Catarina Barão, participante no projecto;
- Nuno Banza, Vereador do Ambiente e representante da Câmara Municipal do Barreiro junto do grupo concelhio.

As entrevistas podem ser encontradas nos posts anteriores do presente blog ou, se preferível, seguindo as hiperligações associadas aos nomes dos intervenientes.

Entrevista a Nuno Nogueira

Nuno Nogueira tem 32 anos, é técnico superior de Turismo e reside no concelho do Barreiro. Quando soube da iniciativa Limpar Portugal, procurou associar-se ao grupo do seu concelho e, pelo interesse e disponibilidade em participar, passou a coordenador do projecto barreirense.

Aqui fica a entrevista que lhe fiz.

Entrevista a Filipe Oliveira

Filipe Oliveira, um operador químico e electroquímico de 30 anos, é natural e residente no concelho do Barreiro. Desperto para as questões ambientais, não perdeu tempo e associou-se ao grupo do seu concelho na rede social do Limpar Portugal. Pela vontade de melhorar a qualidade ambiental do seu concelho, tornou-se coordenador do projecto barreirense.

Aqui fica a entrevista que lhe fiz.

Entrevista a Isabel Santos

Isabel Santos, de 45 anos, está desempregada, mas nem por isso se deixa ficar. É chefe nos Bombeiros Voluntários do Barreiro. Pró-activa, como se auto-intitula, Isabel envolveu-se no projecto da sua cidade assim que dele teve conhecimento e tornou-se coordenadora.

Aqui fica a entrevista que lhe fiz.

Entrevista a Catarina Barão

Aos 20 anos, Catarina Barão frequenta o 3.º ano da licenciatura em Radiologia. Residente no Barreiro, a jovem participou na organização da acção de limpeza que aconteceu a 20 de Março no seu concelho, no âmbito do projecto Limpar Portugal.

Aqui fica a entrevista que lhe fiz.

Entrevista a Nuno Banza, vereador da CMB

Licenciado em Engenharia do Ambiente, Nuno Banza, de 35 anos, é Vereador do Ambiente na Câmara Municipal do Barreiro. Participou em várias reuniões do grupo do seu concelho criado no âmbito do projecto Limpar Portugal e foi o mediador entre a entidade e o grupo e o representante da vertente institucional do projecto.

Aqui fica a entrevista que lhe fiz.

Slideshow do projecto Limpar Portugal

Aqui fica um slideshow de fotografias das actividades desenvolvidas no dia 20 de Março, dia da acção de limpeza, por todo o país.
As fotografias são da autoria de participantes e coordenadores do projecto e a música, 'Heal the World', de Michael Jackson.

O projecto Limpar Portugal passo a passo

O projecto Limpar Portugal é um movimento cívico que tem como objectivo mobilizar a população, no sentido de remover os resíduos colocados em sítios inadequados e de forma ilegal.
Em Portugal, a iniciativa teve por base a acção de limpeza desenvolvida na Estónia a 3 de Maio de 2008, na qual 50.000 pessoas limparam toneladas de lixo em cinco horas. Mais de 500 parceiros oficiais apoiaram o projecto estónio, que tinha como objectivo limpar as mais de 10.000 lixeiras mapeadas.
Cá, o projecto teve três mentores: o Nuno Mendes, o Rui Marinho e o Paulo Pimentel Torres. Tudo começou com um e-mail que Nuno Mendesque recebeu sobre o projecto estónio. Nuno passou a mensagem aos elementos do Land Mania, um grupo de aficionados por Land Rover. Rui Marinho, o Presidente do grupo, achou uma excelente ideia. Assim, Paulo Pimentel Torres criou uma rede social, o Ning, com o objectivo de facilitar a interacção entre os participantes. A criação desta plataforma alargou os horizontes do projecto e, antes que dessem conta, alastrou-se a toda a população portuguesa.
O projecto começou a tomar forma no Verão de 2009, com uma primeira reunião na Lousã, que teve como objectivo definir as bases do projecto. Ficou então delineado que haveriam coordenações concelhias, que teriam que responder a coordenações distritais que, por sua vez, fariam a ligação com a coordenação nacional (inicialmente representada pelos 3 mentores).
Formadas as bases, os passos seguintes foram angariar patrocínios e parceiros e definir as lixeiras a intervir.
De início, e segundo os coordenadores nacionais, as empresas não levaram a sério o pedido de ajuda, até porque a política do projecto tinha por base a ideia de que não se movimentaria um cêntimo. Em vez disso, os coordenadores desejavam bens e serviços.
A partir do momento em que o Presidente da República deu o alto patrocínio à iniciativa, a falta de apoios deixou de ser problema, asseguram os coordenadores. As empresas tomaram elas próprias a iniciativa de colaborar. Facultaram desde materiais de divulgação a materiais de recolha de lixo, passando pelo transporte de lixo.

O projecto nacional teve como principais parceiros Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, escolas, o Ministério do Ambiente, a Presidência da República, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (bombeiros, Polícia de Segurança Pública e Forças Armadas, principalmente o Exército), o Instituto de Segurança Social, o Continente, a Carris, o Metro, a imprensa regional, empresas de tratamento de resíduos e empresas ambientais.
O apoio do Ministério do Ambiente fez-se através da emissão de uma portaria que permitiu o despejo de resíduos recolhidos em aterros sem encargos, desde que as viaturas estivessem identificadas com o logótipo da coordenação do Limpar Portugal.
Para a definição e mapeamento de lixeiras, foi criada uma plataforma, 3rd Block, na qual os participantes puderam alojar fotografias das lixeiras e acrescentar dados que permitissem identificá-la, como as coordenadas de GPS e o tipo de resíduos que lá podiam ser encontrados.
Cumpridos estes passos, a atenção orientou-se para a divulgação da iniciativa, primeiro a um nível pessoal, passando a mensagem a amigos e familiares, e depois a uma escala maior, englobando a afixação de cartazes.
Nos meses que antecederam o 'Dia L', realizaram-se reuniões concelhias, distritais e nacionais, de modo a assegurar a comunicação exacta entre os diferentes níveis. Neste sentido, foi também importante a rede social. Todos os concelhos tinham um grupo, a partir do qual se marcaram reuniões, trocaram ideias e conseguiram apoios.
Ao nível da comunicação social, os coordenadores nacionais do movimento acreditam que podiam ter tido mais apoio, uma vez que a sua atenção se orientou para o projecto quando o Presidente da República lhe deu o alto patrocínio. Contudo, a imprensa regional não deixou a iniciativa passar ao lado e, por todo o país, as notícias sobre o projecto foram regulares. A coordenação do projecto desenvolveu também spots a publicitar a iniciativa.
A acção de limpeza aconteceu no dia 20 de Março. Apesar de o dia amanhecer chuvoso, o número de pessoas inscritas na rede social (50.000) duplicou, alcançando os 100.000. Todos juntos limparam cerca de 70.000 toneladas de lixo, desde pneus a electrodomésticos, passando por madeira e entulho.